Está na mesa do ministro das Comunicações, Fábio Faria, o Plano Nacional de Outorgas de rádios comunitárias para 2022, com seis editais programados até novembro a fim de contemplar 432 cidades.
É um presentão para os políticos e líderes de bairros populares e um canhão nas mãos do presidente Jair Bolsonaro em ano de eleição. Esmiuçando a lista, descobrem-se curiosidades e coincidências. O Rio Grande do Norte, por exemplo, reduto político do ministro, ganhará 27 novas rádios. Um número significativo em relação a outros Estados – o Acre e Amapá terão só uma rádio, e Rondônia ficou de fora.
Cravada no sertão de Pernambuco, Garanhuns, cidade natal de Lula da Silva, terá uma emissora, e do outro lado, em alto-mar, Fernando de Noronha sediará outra.
Ao todo, 237 cidades ganharão sua primeira emissora. A meta do Governo é autorizar outorgas para cobrir 70,1% dos municípios brasileiros até o fim do ano.
Desde 1998 já foram concedidas 4.933 concessões de rádios no País. Muitas, sem segredo, nas mãos de famílias de políticos.