Nota publicada hoje pelo colunista do Globo, Ancelmo Gois, relata que o polêmico banqueiro Daniel Dantas já possui 600 mil cabeças de gados.
Com os 600 mil gados, o banqueiro descobriu a melhor forma de driblar a fiscalização ambiental e esconder um tesouro.
Aos fatos. A boiada pasta espalhada pelos 500 mil hectares (tamanho de 500 mil campos de futebol) de nove fazendas da Agropecuária Santa Bárbara, no sudeste do Pará, na região de Carajás. A região, destaque-se, é rica em minério. Do contrário, a Vale não extrairia dali a sua sobrevivência.
Além de driblar o Ministério Público Federal com pecuária, que lhe cobra R$ 680 milhões por desmate de mata amazônica, o banqueiro usa o gado para fazer das fazendas áreas produtivas e evitar invasão do MST – o grupo já fez incursões por lá. Mas também para ocultar o grande tesouro no subsolo. O minério de ferro e outros minerais. Esse é o projeto de Dantas.
Fonte da coluna ligada à famosa Operação Satiagraha, da PF, que levou Dantas à prisão, revelou que o banqueiro pisa em tamanho pote de ouro que chegou a enviar, em seu nome, o investidor Naji Nahas para o Marrocos, há poucos anos, para tentar vender as terras para xeiques e especuladores. Quase houve leilão. Preço inicial? Nada por menos de US$ 20 bilhões.
A Satiagraha derrubou as negociações de Dantas, e ele abortou o projeto. Por ora, manda a boiada cuidar do pasto, e do subsolo.
Em tempo, a região passa por uma turbulência sócio-política com o plebiscito, dia 11 de dezembro, no Pará, para que a população decida se apoia ou não a divisão do estado em três – Pará, Tapajós e Carajás – justo esse onde Dantas mantém suas fazendas.
No meio da polêmica, entra o publicitário Duda Mendonça, famoso marqueteiro político do PT. Ele faz campanha pela divisão do estado e diz trabalhar de graça, pela causa, para o comitê que defende a divisão. Duda tem fazenda na região.
Nota do Opportunity enviada à coluna lembra que “O Supremo Tribunal Federal por 9 votos a 1 considerou ilegais as prisões de Daniel Dantas. Em junho de 2010, a ação penal originada pela Satiagraha foi anulada pelo Superior Tribunal de Justiça, também por suas ilegalidades”. A assessoria também informa que desconhece qualquer tentativa de vendas das terras.