Uma articulação da ala bandida do Congresso Nacional somada à pressão dos advogados criminalistas junto aos ministros do Supremo Tribunal Federal está destruindo as ferramentas de direito de investigação que as instituições públicas levaram décadas para consolidar.
Os reclames dos delegados, policiais, promotores e procuradores, entre portas, ganharam ontem notas públicas críticas de suas associações, em especial sobre a Lei do Abuso de Autoridade, que a Câmara Federal acaba de aprovar – a nomenclatura cunhada no Congresso mostra o lado pejorativo com que tratam as autoridades investigativas.
As ações enfraquecem a operação Lava Jato e criam intimidação oficial a investigações vindouras, na visão do MP e da PF.
Em março, o STF decidiu que caixa dois deveria ser investigado como crime eleitoral, freou a Lava Jato e remeteu processos para os já entupidos TRE’s.
O STF também afastou dois auditores fiscais da Receita Federal que faziam pente fino num grupo de 133 cidadãos, porque dois deles eram ligados a ministros da Corte.
É tanta gente com toga e boton tentando mandar no País que a sociedade, já desmobilizada, perdeu a capacidade de se indignar. E corre para pagar as contas do dia.