Um episódio constrangedor envolvendo o conhecido teólogo religioso Leonardo Boff e a direção do Instituto Nacional do Câncer (INCA), comandado por Ana Cristina Pinho, mostra como escalões do Governo federal cercam eventuais críticos até em agendas positivas.
Boff recebeu telefonema pela manhã, e foi avisado de que estava adiada sua palestra em evento da Assistência Social da entidade dia 30, no Rio de Janeiro. Surgiram bastidores de veto por suas posições de esquerda, não alinhadas ao Governo de Jair Bolsonaro.
O próprio Boff confirma o veto, à Coluna. E explica: “Minha participação não tem nada de política; é ético-espiritual, para enfermeiros e médicos”. Ontem à noite, consultado pela reportagem, o INCA manteve o evento.
Internamente, a direção da entidade alegou que não se tratava de um evento técnico-científico. Mas as inscrições para a palestra, pelo site, foram suspensas.
O teólogo não cobra cachê para Assistência Social do INCA, o que faz desde início dos anos 2000. “O tema é saber cuidar das pessoas”, ressalta Márcia Miranda, sua esposa.
Boff e a esposa tornaram-se palestrantes voluntários para servidores do INCA após acompanharem tratamentos de cunhada e de crianças de conhecidos, anos atrás.
A Conferência “O cuidado como elemento transversal ao indivíduo”, com palestra de Boff, está confirmada para o HC3, em Vila Isabel, de 13h às 17h do dia 30.
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