Na iminência da eleição de domingo no Paraguai, quando o Colorado do presidente Horário Cartes disputa o comando do país vizinho com os liberais, uma revelação de fontes da Receita Federal da fronteira incomodou o outro lado da ponte como uma verdade inconveniente.
Assim que Cartes tomou posse em 2013, a Receita do Brasil o procurou para propor força-tarefa na fronteira contra o contrabando. Cartes e sua equipe descartaram de imediato. A proposta foi refeita ano passado e nada.
O perfil de Cartes – que agora quer eleger o aliado Marito como sucessor – explica a negativa da parceria. O presidente do Paraguai é apontado como o maior incentivador ao contrabando para o Brasil. A sua Tabesa vende cigarros baratos para contrabandistas que atravessam e operam na fronteira.
A operação da PF ontem em São Paulo foi um golpe duro numa das quadrilhas que trazem cigarros e outros produtos do Paraguai para o Brasil. A operação contra o contrabando e pirataria surgiu no dia seguinte à palestra do delegado Bordignon, chefe da PF em Foz, para repórteres de 40 jornais que participaram, na segunda-feira, do seminário sobre o tema, realizado pelo ETCO e pelo ENECOB – Encontro Nacional de editores, Colunistas, Repórteres e Blogueiros.