Da coluna deste domingo, 1
Por ter a maior bancada, o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), é o incumbido de indicar o novo presidente do adormecido Conselho de Ética, e passará o fim de semana tentando convencer um dos seus 80 pares a assumir a função em abril para julgar o caso Demóstenes Torres (DEM-GO). A tarefa é árdua. Alegando motivos diversos, desde suspeição, pela amizade, até um seco “não quero” ou “não posso”, os senadores têm recusado o convite e colocam sob risco a credibilidade da Casa Alta.
O problema é que quem toparia, o caso de Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), não pode, porque foi justo ele quem pediu a investigação do Conselho.
Outro problema: não pode ser alguém da oposição, que ficaria sob suspeita, ou do grupo dos independentes do PMDB, para não se voltarem contra o próprio Renan.
Leia a íntegra da coluna nos jornais
1 comentário em “Senado: ninguém quer comandar o Conselho de Ética”
As águas da cachoeira suja não param. E quanto mais o Senado demorar em constituir seu Conselho de
Ética e eleger o presidente do órgão, mais elas respingarão sobre a instituição como um todo. No senso comum, TODOS os ‘políticos’ têm tendência a banhar-se nessa cascata poluída. A leniência com as negociações espúrias fartamente publicadas faz do corporativismo um tiro no pé. Impressionante como QUASE TODOS os partidos, a começar pelos maiores, principais protagonistas da disputa política, quedam-se silenciosos, talvez incomodados com essa questão. Já imagino os grandes caciques da política nacional sussurrando: “Demóstenes e alguns deputados são o que fomos ontem, e seremos amanhã. Portanto, já que estamos sendo obrigados a apurar, que o façamos sem qualquer afã…”