O produto mais contrabandeado do Brasil é o cigarro – para 77% dos entrevistados – e 79% dizem que o Governo federal é conivente e tem culpa na praça. É o que indicam os resultados de uma ampla e detalhada pesquisa do Datafolha para o ETCO – Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial, ao qual a Coluna teve acesso. Segundo a pesquisa, 43% cobram mais ações do Governo federal na fronteira, e 20% pedem adoção de penas mais duras para quem comete contrabando e sonegação.
Os dados mostram que o cidadão está antenado. O maior conhecimento deste cenário (81% dos ouvidos) vem do perfil economicamente ativo (35 a 44 anos); e 80% (média) cientes do problema são do Sul, Norte e Centro-Oeste, não por acaso dos Estados fronteiriços.
Os entrevistados também indicaram produtos eletrônicos (33%), medicamentos (16%), brinquedos (16%) e roupas (13%) como os mais contrabandeados após o cigarro.
Na opinião sobre as ‘áreas prejudicadas’ com o contrabando de cigarro, os entrevistados apontaram saúde (92%), empregos (69%), segurança (66%) e arrecadação (62%).
Dados atualizados do Fórum Nacional Contra a Pirataria mostram perda de R$ 146,3 bilhões em sonegação e mercado ilegal de produtos como vestuário, cigarros, medicamentos (R$ 10 bilhões), óculos, software (R$ 6,1bilhões), combustíveis (R$ 6 bilhões) e até TV por assinatura. O valor estimado de mercado ilegal chega a R$ 100,2 bilhões e o de sonegação a R$ 46,1 bilhões.
A pesquisa foi realizada entre 5 e 8 de fevereiro, com 2.081 pessoas em 129 cidades.