A demissão do delegado Fernando Segovia da direção-geral da Polícia Federal foi um acordo de Raul Jungmann, novo ministro da Segurança – com a PF sob seu comando – e o titular da Justiça, Torquato Jardim, que apadrinha o substituto Rogério Galloro desde ano passado. Segovia falou demais para um titular de cargo estratégico – e com conotações de defesa de Temer, investigado pela própria PF.
No jogo de Poder, perdem Temer e o ex-presidente José Sarney – o primeiro a apadrinhar sigilosamente Segovia, que o visitou. Ganham a Associação Nacional dos Delegados de PF, que apoiava Galloro, e o ministro Torquato, que se fortalece.
Galloro vai trocar todas as diretorias da Polícia Federal, mas não vai mexer nas Superintendências regionais já consolidadas, garante uma fonte consultada.
O que pesou também contra Segovia foi a tentativa de emplacar apadrinhados seus em superintendências e delegacias regionais, como na de Santos, onde Temer é investigado.
Quem perde também com a saída de Segovia é a Fenapef, Federação dos Policiais Federais. Eles apoiavam o delegado desde antes da indicação.
Antes de ser surpreendido com a demissão, Segovia tentou ganhar tempo no caso de Temer. A PF pediu à Justiça mais 60 dias para concluir inquérito no caso do presidente.
A assessoria da Fenapef informou em nota publicada em setembro de 2017 que Rogério Galloro é reconhecido por colegas como um nome qualificado para desempenhar as importantes atribuições da função.