O contraventor Carlinhos Cachoeira até tentou, mas não conseguiu arranjar uma carona para o senador Demóstenes Torres (GO) e o ministro do STF Gilmar Mendes entre 25 e 26 de abril de 2011, quando eles chegaram da Alemanha. Pelo menos os aviões dos citados no inquérito da PF estavam em outras rotas, como apurou a coluna.
Nas gravações, Cachoeira queria emprestado o bimotor de Rossine Aires Guimarães, um de seus sócios ocultos, ou do suplente do senador João Ribeiro, Ataídes de Oliveira (PSDB-TO) – que não fora encontrado à ocasião. Rossine tem dois modelos: um pequeno Baron, que operou em Goiás e Brasília, e um King Air, que seria o pedido – mas naqueles dias fez voos no interior de Pernambuco e da Bahia.
Cadastro
O Baron de Rossine, para quatro lugares, prefixo PR-KAC, voou entre Goiânia, Jataí (GO) e Brasília. O King Air PR-CMB está no nome de sua construtora Rio Tocantins.
A rota
O PR-CMB, que daria a carona, não foi a São Paulo. Pelos dados da Infraero, voou de Caruaru (PE) para Recife dia 22. E dia 27, fez a rota Palmas (TO)-Goiânia-Brasília.
Por pouco..
Ataíde foi citado por Cachoeira porque detém 80% da Cielo Táxi Aéreo, em Anápolis (GO), dona de jatos e bimotores. Segundo o inquérito, ele não fora localizado no dia.
Lava a jato
Empreiteiro no Tocantis, com R$ 234 milhões em obras nos governos de Marcelo Miranda e Carlos Gaguim, ambos do PMDB, Rossine é generoso. Deu R$ 3 milhões para a campanha do atual governador, Siqueira Campos (PSDB). Para Gaguim, foram R$ 500 mil. E repassou R$ 800 mil para a candidatura de Marconi Perillo (PSDB-GO).